O diretor neozelandês Roger Donaldson (atualmente radicado nos Estados Unidos) não tem grife de cineasta autoral e seus filmes não costumam ganhar prêmios em festivais. Boa parte da crítica e do público o considera apenas um competente “artesão” do cinema. Dentro desta seara, entretanto, muita coisa boa pode ser feita, e Donaldson teve momentos de grande brilho artísticos em filmes como “Sem Saída” (1987) e “Efeito Dominó” (2008). “O Pacto” (2012), sua produção mais recente, pode não se encontrar entre o melhor de sua produção, mas ainda sim mostra que Donaldson tem as suas manhas para a encenação cinematográfica. Sua pegada de ação é na linha daquele estilo brutal oitentista, época em que as coreografias de tiroteios, brigas e perseguições eram feitas no braço, sem recorrer a efeitos digitais ou câmeras chacoalhantes. Mas Donaldson não fica apenas concentrado na correria – “O Pacto” consegue manter tensão e dramaticidade expressivas, ainda que no terço final o roteiro repleto de soluções fáceis e incoerências retire parte da consistência do suspense. No mais, o cineasta tem o mérito de tirar Nicolas Cage de uma leva de filmes toscos nos quais o ator andava se afundando.
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