É inegável que “A Última Estação” (2009) tem os seus atrativos: fotografia bonita, elenco carismático, uma temática (os últimos dias do escritor russo Leon Tolstoi) capaz de despertar curiosidade em boa parte do público, razoável teor emocional. Assim, no seu conjunto, produz um resultado até comovente em alguns momentos e agradável de ver, mas também bem fácil de esquecer logo após a saída do cinema. O problema do filme é justamente a sua concepção formal “certinha” e uma tendência a simplificar os conflitos complexos que o roteiro apenas insinua. A narrativa se desenvolve obedecendo a uma fórmula rígida e bem definida – os dilemas e a visão filosófica e ética sobre a vida que dominam o conturbado cotidiano de Tolstoi acabam servindo como uma espécie de lição de vida para o jovem escritor aprender a aproveitar a vida e conhecer o amor. Assim, pouco se vê realmente daquela forte carga humanista típica da obra de Tolstoi. Pode ser que alguém até se anime a conhecer a obra do escritor após ver o filme, mas a sensação final que a obra passa é a de uma história fascinante que merecia uma abordagem menos óbvia e conformista.
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