terça-feira, maio 14, 2013

A casa no fundo do parque, de Ruggero Deodato ***1/2


A gente pode perdoar na boa Ruggero Deodato por algumas das bobagens que realizou ao longo de sua carreira quando se assiste a uma obra como “A casa no fundo do parque” (1980). O filme representa uma bela síntese estética do que foi o gênero suspense no cinema italiano ao longo dos 60 e 70. A produção estabelece um notável equilíbrio entre tensão psicológica e violência explícita, e sempre mantendo uma atmosfera de perturbadora sordidez. Há uma ambiguidade moral que permeia toda a trama, em que o comportamento tresloucado da dupla de psicopatas que atormenta a noite de alguns burgueses não representa exatamente uma antítese do comportamento frio e arrogante de suas vítimas. Deodato pode não ter a mesma genialidade formal de Dario Argento e Mario Bava, mas mesmo assim consegue elaborar algumas cenas antológicas, principalmente quando combina violência e erotismo, em que o teor até vulgar do roteiro recebe um tratamento estilizado pelas classudas edição e direção de fotografia do filme. O resultado final nos faz perguntar porque o cinema italiano atual não produz mais uns suspenses de tal naipe.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

O rosto do cara no poster parece o Sergio Malandro kkkk