A gente pode perdoar na boa Ruggero Deodato por algumas das
bobagens que realizou ao longo de sua carreira quando se assiste a uma obra
como “A casa no fundo do parque” (1980). O filme representa uma bela síntese
estética do que foi o gênero suspense no cinema italiano ao longo dos 60 e 70. A produção estabelece um
notável equilíbrio entre tensão psicológica e violência explícita, e sempre
mantendo uma atmosfera de perturbadora sordidez. Há uma ambiguidade moral que
permeia toda a trama, em que o comportamento tresloucado da dupla de psicopatas
que atormenta a noite de alguns burgueses não representa exatamente uma
antítese do comportamento frio e arrogante de suas vítimas. Deodato pode não
ter a mesma genialidade formal de Dario Argento e Mario Bava, mas mesmo assim
consegue elaborar algumas cenas antológicas, principalmente quando combina
violência e erotismo, em que o teor até vulgar do roteiro recebe um tratamento
estilizado pelas classudas edição e direção de fotografia do filme. O resultado
final nos faz perguntar porque o cinema italiano atual não produz mais uns
suspenses de tal naipe.
Um comentário:
O rosto do cara no poster parece o Sergio Malandro kkkk
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