quinta-feira, maio 02, 2013

O carteiro, de Reginaldo Faria 1/2 (meia estrela)


Reginaldo Faria não é iniciante na lide cinematográfica. Participou de filmes cruciais da cinematografia nacional como “O assalto ao trem pagador” (1962), “Lúcio Flávio: Passageiro da agonia” (1977) e “Pra frente Brasil” (1981). Além é claro de já ter tido algumas experiências como diretor. Assim, como explicar que tenha concebido algo tão desastroso como “O carteiro” (2010)? Trata-se de uma obra em que simplesmente nada dá certo em nada, ainda que possamos ver algumas boas ideias que só ficam nas intenções. Faria diz ter se inspirado em comédias clássicas da época de ouro do cinema italiano, tanto que situa a sua trama numa cidade de colonização italiana do Rio Grande do Sul. Essa boa influência, entretanto, não se materializa em um resultado prático aceitável. O roteiro é capenga, não sabendo obter uma síntese orgânica entre drama e comédia, sendo que a encenação que beira o amador só piora ainda mais as coisas. É de se estranhar também que Faria, ator de longa quilometragem em cinema e televisão, tenha dirigido um elenco de interpretações tão inexpressivas. Talvez aqueles menos exigentes possam elogiar a direção de fotografia a realçar as belas paisagens da serra gaúcha, mas a verdade é que esse formalismo estilo cartão postal só joga “O carteiro” naquele limite tenebroso entre a ruindade e o medíocre. No final das contas, a produção até se torna um programa imperdível no sentido de ver como um filme pode dar tão errado.

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