quinta-feira, maio 16, 2013

O último mundo dos canibais, de Ruggero Deodato ***1/2


Num primeiro momento, um filme como “O último mundo dos canibais” (1980) pode suscitar comparações com a obra de Werner Herzog. Afinal, o diretor alemão se notabilizou pelo seu registro particular da natureza selvagem. Tal semelhança, entretanto, vem apenas pela temática. O diretor italiano Ruggero Deodato não envereda pela abordagem reflexiva do referido cineasta germânico. O negócio de Deodato é uma ótica tipicamente exploitation, assim como seu falso documentário “Canibal holocausto” (1980). No filme, não há interesse por uma visão antropológica dos tais canibais. Para Deodato, eles são apenas selvagens e nojentos vilões, e o diretor gosta de enfatizar bastante isso, abusando de cenas de violência e com muitas vísceras à mostra. Por mais apelativa que possa aparentar tal abordagem, é inegável que ela funciona para a produção, gerando momentos memoráveis de tensão e de violência explícita gráfica. O cenário das selvas se converte num ambiente de filme de horror e Deodato é hábil na caracterização de uma atmosfera opressiva para as vítimas dos canibais. Assim, dá para dizer que “O último mundo dos canibais” é um biscoito fino para os apreciadores de uma podreira cinematográfica bem dirigida.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Holocausto Canibal é ainda insuperável em termos de deixar o nosso estomago do avesso.