Discutir os méritos artísticos de “Os bárbaros” (1987) é
quase uma tarefa dispensável. É evidente que o filme é uma tosqueira “inspirada”
no sucesso de “Conan, O Bárbaro” (1982) – tanto que para capitalizar se tem a
manha de colocar dois heróis anabolizados em cena. Até dá para perceber uma
certa criatividade em termos de direção de arte, ainda que prejudicada pela
precariedade da produção. Na sua primeira metade, o filme parece se levar a sério.
Na metade restante, o diretor italiano Ruggero Deodato dá a impressão de que se
deu conta da ruindade da coisa e viu que era negócio enveredar para a paródia
completa. E assumindo esse lado trash, a produção parece funcionar de forma
mais efetiva. O verdadeiro atrativo de “Os bárbaros” está no fato de ser uma
obra emblemática de uma era, em que produções B chegavam aos borbotões em
nossos cinemas e locadoras, época também que havia um certo misto de ingenuidade
e cara-de-pau em se realizar versões picaretas de filmes, ou gêneros,
consagrados e o público conseguia até se divertir com essas tranqueiras. E
mesmo um diretor de prestígio como Deodato não se furtava de se meter nessas
enrascadas e ainda sair fazendo piada.
Um comentário:
Não sei se to certo, mas parece que esses dois atores ai atuaram num filme em que eles foram babas de umas crianças.
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