A vasta experiência do diretor Anton Corbjin como fotógrafo
se reflete de forma magnífica em seus filmes. “Um homem misterioso” (2010) é
uma prova indelével disso. As variações da trama são minimalistas, por vezes até
bastante previsíveis. A força
dessa produção está justamente na construção de atmosferas e na encenação
detalhista, que faz com que a obra tenha um clima de tensão permanente. O
subtexto é óbvio – quando o protagonista, o implacável matador de aluguel Jack
(George Clooney), entra em crise existencial e se apaixona, isso implica na sua
inexorável queda. Ainda sim, Corbjin estabelece um fatalismo perturbador,
fazendo com que “Um homem misterioso” ganhe a aura de uma tragédia clássica.
Para isso, o cineasta se vale de uma notável capacidade de composição de cena,
tanto em tomadas fixas cujos enquadramentos expressam uma força imagética memorável
quanto nas cenas de ação elegantemente coreografadas. A sobriedade da abordagem
emocional e a formalismo classudo concebidos por Corbjin fazem lembrar a produção
francesa “O samurai” (1967), uma das grandes obras-primas do gênero policial.
Um comentário:
Me lembro de uma parte do filme em que ele presta uma homenagem ao filme Era Uma vez no Oeste.
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