terça-feira, dezembro 09, 2014

Um homem misterioso, de Anton Corbjin ****


A vasta experiência do diretor Anton Corbjin como fotógrafo se reflete de forma magnífica em seus filmes. “Um homem misterioso” (2010) é uma prova indelével disso. As variações da trama são minimalistas, por vezes até bastante previsíveis. A força dessa produção está justamente na construção de atmosferas e na encenação detalhista, que faz com que a obra tenha um clima de tensão permanente. O subtexto é óbvio – quando o protagonista, o implacável matador de aluguel Jack (George Clooney), entra em crise existencial e se apaixona, isso implica na sua inexorável queda. Ainda sim, Corbjin estabelece um fatalismo perturbador, fazendo com que “Um homem misterioso” ganhe a aura de uma tragédia clássica. Para isso, o cineasta se vale de uma notável capacidade de composição de cena, tanto em tomadas fixas cujos enquadramentos expressam uma força imagética memorável quanto nas cenas de ação elegantemente coreografadas. A sobriedade da abordagem emocional e a formalismo classudo concebidos por Corbjin fazem lembrar a produção francesa “O samurai” (1967), uma das grandes obras-primas do gênero policial.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Me lembro de uma parte do filme em que ele presta uma homenagem ao filme Era Uma vez no Oeste.