segunda-feira, junho 06, 2016

A caçada do futuro, de Brian Trenchard-Smith ***1/2

Assim como “Drive-in da morte” (1986), outra obra de ficção científica dirigida também por Brian Trenchard-Smith, “A caçada do futuro” (1982) envereda por uma trama que apresenta um futuro distópico dominado pelo totalitarismo, em que as liberdades individuais foram sacrificadas em nome de uma rigorosa segurança pública. O que as diferencia é que “Drive-in da morte” apresenta uma abordagem mais sombria e de atmosfera mais sufocante e perturbadora, enquanto “A caçada do futuro” é uma aventura descabelada, quase delirante. Na sessão comentada no FANTASPOA desse último, o próprio Trenchard-Smith declarou que o filme é fruto da criatividade que usou de acordo com as limitações de recursos impostas pelos produtores. Mais apressados podem confundir tal formalismo da produção com características de cinema trash. Nada mais equivocado: por mais que efeitos possam aparentar uma precariedade, a dinâmica narrativa impressa pelo cineasta, com direito, inclusive, a utilização de trechos documentais alheios, e a caracterização visual suja remetem a um cinema estilo exploitation insanamente divertido e de uma composição imagética de alto impacto sensorial que pode soar incômoda para os acostumados com a assepsia visual dos efeitos digitais tão em voga nas contemporâneas obras do gênero.

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