sexta-feira, junho 16, 2017

México bárbaro II, de vários diretores ***

A temática do satanismo não é novidade dentro do cinema, principalmente quando se trata do gênero horror. Na grande maioria das produções que versam sobre o assunto, o diabo e seus seguidores são vistos como antagonistas a serem batidos, com seus princípios sendo vistos como uma distorção daquilo que é considerado aceitável pela ordem vigente. No filme episódico “México bárbaro II” (2017), a presença de demônios e afins tem uma relação com a própria cultura religiosa do seu país de origem, onde o catolicismo até hoje tem uma presença forte nos lares nacionais. Por outro lado, boa parte dos episódios que compõem a produção sugere uma visão mais libertária sobre o assunto, em que a fórmula narrativa sintetizando ironia perversa e terror explícito-escatológico gera algumas sequências memoráveis que variam entre o divertido e o perturbador. Por trás desses pequenos contos audiovisuais, há um forte discurso existencial a questionar uma sociedade patriarcal e cristã marcada pela opressão sócio-cultural, mas que também sabe preservar uma narrativa tensa e envolvente. De se destacar ainda o ótimo trabalho de trucagens, mais um fator que acentua a impressão de uma experiência cinematográfica extrema no seu sensorialismo demente.

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