quarta-feira, junho 07, 2017

Rei Arthur - A lenda da espada, de Guy Ritchie **1/2

O diretor britânico Guy Ritchie forjou uma peculiar linguagem autoral em seus primeiros trabalhos, principalmente quando enveredava pelo gênero policial. Quando embarcou de vez no “cinemão” comercial norte-americano, dedicou-se a releituras modernizadas de figuras literárias (“Sherlock Holmes”), televisivas (“O agente da U.N.K.L.E.”) e míticas – nesse último caso, enquadra-se sua produção mais recente, “Rei Arthur – A lenda da espada” (2017). Em algumas passagens do filme, principalmente em seu terço inicial, pode-se perceber algumas características típicas de seu estilo, como os diálogos prolixos e a edição repleta de cortes rápidos. Com o desenvolver da narrativa, entretanto, sua marca autoral vai ficando cada vez mais diluída em nome de uma síntese artística despersonalizada e convencional em excesso, em que a história do Rei Arthur (Charlie Hunnam) parece se adequar a fórmulas de mercado. Por vezes, há a impressão de que se está se assistindo a uma produção de super-heróis da Marvel ou da DC situada na Inglaterra de séculos atrás. Se alguém estiver interessado em assistir a uma obra realmente de peso versando sobre as aventuras de Arthur, é melhor ficar mesmo com a obra-prima definitiva sobre o assunto, o poético e vigoroso “Excalibur” (1981) de John Boorman.

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