sábado, julho 08, 2006


Casa Vazia, de Kim Ki-Duk ***1/2:

A primeira metade de “Casa Vazia” remete muito ao cinema de Takeshi Kitano: poucos diálogos e valorização de silêncios, um certo clima de ingenuidade. O diretor coreano Kim Ki-Duk, que também dirigiu o fantástico “Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera”, aposta em um cinema quase que puramente visual, em que a ação dos personagens determina com eficiência o entendimento da trama. Incomoda apenas a caracterização da dupla de protagonistas, que parecem pouco humano tamanha a castidade que transmitem (mesmo quando fazem sexo, temos a impressão de uma pureza descabida). Na segunda metade de “Casa Vazia”, o filme toma um rumo ainda mais insólito e criativo, sendo que há seqüências que são um puro exercício de artes marciais, principalmente nas cenas da cadeia e nos seus momentos finais.

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