sexta-feira, julho 14, 2006


Ruas de Fogo, de Walter Hill ****

Se no faroeste “A Cavalgada dos Proscritos” Walter Hill dirigiu uma obra com fortes tons naturalistas, em “Ruas de Fogo” ele pega uma trama que se passa numa época quase atemporal (uma espécie de mistura das décadas de 50 e 80 do século passado) e a enquadra sob uma perspectiva de um faroeste mitológico, com direito inclusive a uma caracterização John Wayne por parte do ator principal Michael Pare e a um legítimo duelo final entre mocinho e bandido. O diretor oferece também para o filme uma concepção visual fortemente estilizada, com uma linguagem narrativa frenética, em que praticamente sempre parece haver algo acontecendo. O resultado de tudo isso é fabuloso, um verdadeiro clássico do cinema dos anos 80 que merece ser redescoberto e mais discutido em termos de linguagem cinematográfica. “Ruas de Fogo” marca também mais um passo da marcante colaboração de Walter Hill com o “trilheiro” Ry Cooder, que faz com que o “score” musical combine de forma engenhosa e criativa blues e rock clássico com canções emblemáticas do anos 80.

Um comentário:

El Thomazzo disse...

Atire a primeira pedra quem começou a vida de cinéfilo nos anos 80 e não teve esse filme entre seus favoritos. Demais. Eu só fico imaginando como o filme podia ser melhor com um ator principal menos 'duro' que Michel Paré...