Os Corruptos, de Fritz Lang ****
Fritz Lang costumava dizer que a sua fase alemã foi a melhor de sua carreira, tendo em vista que tinha uma liberdade artística que nunca conseguiu ter igual trabalhando em Hollywood. Não sei se ele falava isso de sacanagem ou só para exagerar mesmo, pois alguns dos seus filmes policiais americanos são tão bons quanto as suas clássicas obras alemãs ("M – O Vampiro de Dusseldorf", "Metrópolis" e "A Morte Cansada"). "Os Corruptos" é um desses casos. Impressiona o poder de concisão de Lang: ele constrói um elemento dramático mínimo (tira durão que tem a sua mulher morta em um atentado) para poder posteriormente estabelecer uma trama violenta e muito bem delineada, onde o herói, por ter a justificativa da morte da esposa e para proteger a filha, é quase tão brutal quanto os gangsters que combate (alguém aí lembrou do magnífico e recente “Rejeitados Pelo Diabo”?). Impressiona a caracterização de Glen Ford como policial vingativo, com o olhar que fica entre o quase choro e o ódio obsessivo. Antológica também a interpretação de Lee Marvin como um capanga covarde que não hesita em jogar um jarro de café quente no rosto da própria namorada.
Um comentário:
Em três palavras:
Lang é foda!!!
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