A primeira vez que ouvi falar do cineasta Carlos Bolado foi com o documentário “Promessas de Um Novo Mundo”, um retrato contundente e emocional sobre o conflito entre judeus e palestinos. Além de abordar com rara sensibilidade uma temática explosiva, Bolado deu uma fluência narrativa admirável para o filme.
Em “Só Deus Sabe”, Bolado se aventura no drama ficcional, mas não esquece o seu passado de documentarista. Essa produção de 2005 tem algumas seqüências com um estilo fortemente documental, com o diretor conseguindo obter belas imagens no deserto mexicano e nas cidades de São Paulo e Salvador.
Apesar disso, “Só Deus Sabe” acaba sendo frustrante pela superficialidade no abordar uma série de questões como imigração e sincretismo religioso. Em nenhum momento realmente nos sentimos envolvidos com a trama ou com os personagens, resultando numa obra gélida e sem graça, apesar da fotografia caprichada.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
“Só Deus Sabe”, de Carlos Bolado **1/2
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