sábado, maio 16, 2009

Sweetie, de Jane Campion ***1/2


Assim como “Um Anjo em Minha Mesa” (1990), obra imediatamente posterior da diretora Jane Campion, “Sweetie” apresenta uma narrativa recheada de figuras desajustadas em meio a situações ora patéticas ora irônicas. Campion adota um registro frio e distante, o que acentua ainda mais o clima de esquisitice da trama, chegando até mesmo a lembrar um pouco David Lynch, sendo que conflitos, reconciliações e mortes desfilam pela tela de forma seca e indistinta. Confrontando duas irmãs de temperamentos aparentemente opostos, a metódica e aborrecida Kay e a tresloucada Sweetie, a diretora apresenta uma visão pouco amistosa e nem um pouco condescendente da condição humana. Em obras posteriores como “Um Anjo em Minha Mesa” e “O Piano” (1993), ela daria continuidade a essa linha temática e formal, mas pendendo em alguns momentos para uma abordagem mais poética.

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