Em “Rambo IV” (2008), Stallone havia obtido um resultado excepcional ao reciclar com convicção vários clichês dos filmes oitentistas de ação. A opção de adotar uma abordagem formal clássica, sem invenções ou atualizações, revelou-se acertada, privilegiando seqüências de tiroteios e violência encenadas com uma classe brutal. Na sua produção mais recente, “Os Mercenários” (2010), Stallone buscou outra concepção estética e acabou decepcionando. Ele utiliza alguns dos recursos mais manjados e irritantes de boa parte das produções de ação da atualidade: câmera tremida, fotografia escurecida, montagem ultra-rápida. O resultado são várias cenas em que simplesmente não se enxerga ou entende o que está acontecendo em cena. Ou seja: ao tentar se renovar, Stallone acabou mostrando que é bem mais competente no seu estilo simples de filmar. Mesmo o chamariz de usar vários “astros” do gênero acaba se revelando frustrante, pois vários deles são subaproveitados em cena, com pouco espaço para aparecer ou simplesmente reduzidos a personagens desinteressantes (principalmente Mickey Rourke). Por fim, o que era para ser um dos eventos cinematográficos do ano, acaba se revelando apenas um pálido exercício de nostalgia.
2 comentários:
Eu confesso que não achei a perda total de tempo que imaginava que seria. Lógico que tem muita forçação de barra, mas pro que se propõs o velho Sly, deu pro gasto.
Cultura na web:
http://culturaexmachina.blogspot.com
A minha expectativa para "Os Mercenários" era alta, principalmente pelo belo trabalho de direção de Stallone em "Rambo 4".
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