terça-feira, janeiro 25, 2011

As Viagens de Gulliver, de Rob Letterman *1/2


A ideia inicial desta versão cinematográfica mais recente de “As Viagens de Gulliver” (2010) até que parecia promissora: adaptar o clássico literário juvenil para um contexto contemporâneo e tendo o irreverente Jack Black no papel-título. O resultado prático, entretanto, é desastroso. Como aventura, o filme é mal desenvolvido, incapaz de gerar tensão no sentido de que várias situações da trama são apresentadas quase como um resumo (a impressão que se tem é de uma obra que perdeu cenas importantes no corte). O que poderia salvar a produção seriam os efeitos especiais, na combinação do live action com as trucagens de digitalização, mas a concepção visual dessa interação é tosca, pouco convincente mesmo. Se fossem utilizados maquetes ou stop motion, pelo menos o visual poderia ser bonito... No mais, há aquela sensação constante de um filme realizado a toque de caixa, o que fica evidenciado no próprio roteiro, recheado de momentos que eram para serem satíricos, mas apenas conseguem mesmo é serem constrangedores pela falta de graça, com direito, inclusive, a coreografias vagabundas de fazer inveja a programa infantil brasileiro. O próprio Jack Black soa burocrático nas suas piadas cheias de referências à cultura pop (culpa do Nick Hornby que institucionalizou que é cool fazer esse tipo de citações).

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