O diretor Ferzan Ozpetek, turco radicado na Itália, já havia abordado a questão do homossexualismo com mais contundência em “Um Amor Quase Perfeito” (2001). Em “O Primeiro Que Disse” (2010), sua encenação carece de personalidade e foco. O cineasta fica indeciso entre uma visão dramática e séria sobre os conflitos de seus personagens e o caráter anedótico e estereotipado de alguns momentos (o que fica bem evidente quanto entram em cena os amigos gays do protagonista Tommaso). Tal confusão se estende também nas próprias escolhas formais da narrativa da produção, principalmente quando se estabelece uma estética típica do realismo fantástico que parece não se encaixar com o estilo naturalista com que Ozpetek conduz o filme em boa parte da sua duração. O diretor até consegue fazer prevalecer em algumas sequências uma certa elegância no filmar, principalmente quando passado e presente se fundem com sutileza. No restante de “O Primeiro Que Disse”, entretanto, predomina a mão pesada e a falta de rumo de Ozpetek. O equivocado final em aberto é reflexo claro disso.
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