segunda-feira, janeiro 24, 2011

Enrolados, de Nathan Greno e Byron Howard ***1/2


De certa forma, pode-se dizer que “Enrolados” (2010) obedece a uma fórmula, em que se combina um conto de fadas clássico e uma abordagem contemporânea de filmes de ação (não é à toa, por exemplo, em que uma determina sequência se faça uma evocação a uma cena antológica do “Missão Impossível” de Brian De Palma). Essa aparente junção insólita de gêneros, entretanto, acaba se mostrando orgânica no seu resultado final. A animação mais recente da Disney empolga quando deixa a aventura desenfreada predominar, em momentos que nos fazem lembrar o melhor da franquia de Indiana Jones e até mesmo algumas histórias do quadrinhista Carl Barks para o Tio Patinha e o restante da Família Pato. A se destacar ainda o velho padrão de excelência dos Estúdios Disney na qualidade do traço do desenho, com destaque absoluto para a caracterização visual do vale e do torre onde vive a protagonista Rapunzel, trabalho esse tão detalhista que remete a uma verdadeira pintura. No mais, o roteiro é bem trabalhado em termos de delineamento das situações e dos carismáticos personagens, a começar pelo salteador Flynn Rider (uma bela homenagem a várias das figuras de aventureiros vividas pelo mítico Errol Flynn), a sensual vilã Gothel (no tradicional estilo de maléfica que combina repulsa e atração) e a própria Rapunzel, que transita com desenvoltura entre a inocência delicada e a sagacidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Decididamente melhor que Frozen. Na verdade, foi o último filme da Disney que pode ser considerado razoavelmente bom. Ao menos existe um roteiro, e tem personagens bastante carismáticos, e alguns bons momentos.