O diretor italiano Luigi Cozzi conta uma história curiosa
sobre o documentário “Roma fantástica” (2010). Na verdade, era para o filme ser
dirigido por um francês para um canal de televisão, tendo como protagonista o
próprio Cozzi a percorrer Roma e relacionar alguns de seus principais lugares a
célebres obras do cinema de horror italiano. Ocorre que o tal francês era tão
inexperiente nas lides de direção que o próprio Cozzi acabou assumindo a condução
da produção. Esse acidente de percurso na realização de “Roma fantástica” é visível
na sua narrativa, por vezes confusa e até truncada (lá pelo meio do filme,
parece que a premissa original é meio que esquecida e se começa a fazer uma
breve biografia do próprio Cozzi). Mesmo assim, o documentário se revela como
uma experiência relevante por mostrar uma época de ouro (mais ou menos entre as
décadas de 50 e 70) tanto para o cinema italiano quanto para os apreciadores
dos gêneros de suspense e terror. Cozzi traz à tona nomes e títulos
importantes, e por vezes esquecidos, fazendo um painel interessante tanto pelo
lado estético quanto pela visão histórica daquele período, além de apresentar
um relato esclarecedor de como era fazer um filme B na época. Relacionando com
a atualidade, o documentário ganha uma dimensão ainda mais inquietante quando
se observa que o horror no presente cinema italiano beira o inexistente se
comparado com a época focalizada no filme. Uma pena.
Um comentário:
Curioso
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