terça-feira, dezembro 02, 2014

Tim Maia, de Mauro Lima 1/2 (meia estrela)


Logo após sair da sala onde assisti à “Tim Maia” (2013) ouvi alguns comentários de pessoas que também viram o filme em questão, sendo que um deles se destacou para mim: “Como alguém pôde desperdiçar a vida assim?”. Daí eu é que me indaguei mentalmente: mas como falar em desperdiçar a vida em relação a um homem que gravou, no mínimo, oito discos fundamentais para a música brasileira, além de ser um dos maiores intérpretes de nosso cancioneiro? Mas tal percepção acaba se justificando diante do equívoco que representa a cinebiografia dirigida por Mauro Lima. Durante a longuíssima duração de tal produção, o que mais se vê é o “homenageado” abusando de drogas e comida e sendo repreendido com lições de morais e de vida por parte de parente, amigos e namoradas. De vez em quando, sobra um espaço para mostrar que o cara também compunha e cantava... Ou seja, o filme tem um repugnante caráter moralista e arrogante, parecendo julgar a todo momento o comportamento errático de Tim Maia e reduzindo a sua vida ao cotidiano de um junkie qualquer. Essa medíocre visão temática da obra se estende para a própria concepção estética perpetrada por Lima – encenação engessada, direção de arte primária, interpretações caricaturais, roteiro incapaz de desenvolver situações e personagens. No geral, “Tim Maia” mais parece, na realidade, um longo video clip musical mal dirigido e com um subtexto tomado por infantilismos.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Eu gostei do filme achei brilhante ter retratado Roberto Carlos de uma forma bem caricata