Logo após sair da sala onde assisti à “Tim Maia” (2013) ouvi
alguns comentários de pessoas que também viram o filme em questão, sendo que um
deles se destacou para mim: “Como alguém pôde desperdiçar a vida assim?”. Daí
eu é que me indaguei mentalmente: mas como falar em desperdiçar a vida em relação
a um homem que gravou, no mínimo, oito discos fundamentais para a música
brasileira, além de ser um dos maiores intérpretes de nosso cancioneiro? Mas
tal percepção acaba se justificando diante do equívoco que representa a
cinebiografia dirigida por Mauro Lima. Durante a longuíssima duração de tal
produção, o que mais se vê é o “homenageado” abusando de drogas e comida e
sendo repreendido com lições de morais e de vida por parte de parente, amigos e
namoradas. De vez em quando, sobra um espaço para mostrar que o cara também
compunha e cantava... Ou seja, o filme tem um repugnante caráter moralista e
arrogante, parecendo julgar a todo momento o comportamento errático de Tim Maia
e reduzindo a sua vida ao cotidiano de um junkie qualquer. Essa medíocre visão
temática da obra se estende para a própria concepção estética perpetrada por
Lima – encenação engessada, direção de arte primária, interpretações
caricaturais, roteiro incapaz de desenvolver situações e personagens. No geral,
“Tim Maia” mais parece, na realidade, um longo video clip musical mal dirigido
e com um subtexto tomado por infantilismos.
Um comentário:
Eu gostei do filme achei brilhante ter retratado Roberto Carlos de uma forma bem caricata
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