quinta-feira, fevereiro 25, 2016

Três corações, de Benoit Jacquot *

Na aparência, para alguns, “Três corações” (2014) pode ser considerado um representante expressivo do cinema francês “de qualidade”. Veja lá: elenco com nomes importantes, temática dita “séria”, formalismo competente. Na prática, entretanto, essa receita acaba desandando de maneira constrangedora. O roteiro tem um desenvolvimento digno de um novelão mexicano nas suas viradas e coincidências apelativas, o que é ainda piorado por uma encenação exagerada nos seus truques melodramáticos e para a caracterização de solenidade pomposa de atores e situações. Tudo é tão involuntariamente caricatural e brega que chega um momento que se tem a impressão que alguém vai acabar entregando que se está vendo alguma paródia. É claro que esse momento nunca chega, e a conclusão a que se pode chegar é que o diretor Benoit Jacquot derrapou legal em suas pretensões artísticas.

Nenhum comentário: