O Ladrão de Bagdá, de Ludwig Berger, Michael Powell e Tim Whellan ****
Uma velha discussão que geralmente vem à tona quando se fala de cinema é sobre o fato de determinados filmes serem considerados datados ou não. Independente da resposta, considero que isso não seja primordial para determinar a qualidade de um filme. Pode até parecer óbvio o que vou dizer, mas uma obra cinematográfica sempre é o reflexo da época em que foi feito, e isso fica evidente tanto nos recursos de produção quanto na sua parte temática. Dessa forma, acredito que a perenidade da mesma está muito mais ligada a criatividade e competências das pessoas nela envolvidas do que a data em que ela foi realizada.
Bem, todo esse breve devaneio serve para dizer que "O Ladrão de Bagdá", clássica aventura de 1940, em cada um dos seus fotogramas parece trazer estampado a palavra datado. Mas isso não impede, entretanto, que o mesmo seja apreciado pelos amantes do cinema como aquilo que ele sempre foi: um dos grandes momentos de curtição escapista já realizados. Na verdade, o glorioso technicolor, o tom ingênuo da narrativa e as belas e primitivas trucagens parecem aumentar ainda o poderoso encanto do filme. A transposição de lendas árabes para as telas também é magnífica no aspecto de conciliar uma série de referências mitológicas em um roteiro enxuto e tremendamente divertido.
O resultado de tudo isso é uma obra-prima recheada de momentos antológicos. São inesquecíveis seqüências como aquela em que o Sultão (Miles Malleson), fissurado por brinquedos mecânicos, sai voando em um estranho cavalo alado ou quando aparece pela primeira vez o sinistro Gênio (Rex Ingram). Essas e outras seqüências do mesmo calibre revelam um fantástico trabalho de caracterização de cenários e personagens que impressionam ainda mais por serem de uma época em que os efeitos especiais não dependiam de recursos digitais.
Não se pode esquecer de lembrar que "O Ladrão de Bagdá" traz também um dos vilões mais marcantes da história do cinema, o tenebroso Jaffar, interpretação magnífica de Conrad Veidt. O seu expressivo olhar maligno parece ser um efeito especial por si só.
Datado ou não, a verdade é que "O Ladrão de Bagdá" é uma obra atemporal e fundamental como poucas, exemplar clássico do gênero fantástico e que deve ser urgentemente visto, ou até mesmo revisto, por qualquer apreciador de cinema.
Uma velha discussão que geralmente vem à tona quando se fala de cinema é sobre o fato de determinados filmes serem considerados datados ou não. Independente da resposta, considero que isso não seja primordial para determinar a qualidade de um filme. Pode até parecer óbvio o que vou dizer, mas uma obra cinematográfica sempre é o reflexo da época em que foi feito, e isso fica evidente tanto nos recursos de produção quanto na sua parte temática. Dessa forma, acredito que a perenidade da mesma está muito mais ligada a criatividade e competências das pessoas nela envolvidas do que a data em que ela foi realizada.
Bem, todo esse breve devaneio serve para dizer que "O Ladrão de Bagdá", clássica aventura de 1940, em cada um dos seus fotogramas parece trazer estampado a palavra datado. Mas isso não impede, entretanto, que o mesmo seja apreciado pelos amantes do cinema como aquilo que ele sempre foi: um dos grandes momentos de curtição escapista já realizados. Na verdade, o glorioso technicolor, o tom ingênuo da narrativa e as belas e primitivas trucagens parecem aumentar ainda o poderoso encanto do filme. A transposição de lendas árabes para as telas também é magnífica no aspecto de conciliar uma série de referências mitológicas em um roteiro enxuto e tremendamente divertido.
O resultado de tudo isso é uma obra-prima recheada de momentos antológicos. São inesquecíveis seqüências como aquela em que o Sultão (Miles Malleson), fissurado por brinquedos mecânicos, sai voando em um estranho cavalo alado ou quando aparece pela primeira vez o sinistro Gênio (Rex Ingram). Essas e outras seqüências do mesmo calibre revelam um fantástico trabalho de caracterização de cenários e personagens que impressionam ainda mais por serem de uma época em que os efeitos especiais não dependiam de recursos digitais.
Não se pode esquecer de lembrar que "O Ladrão de Bagdá" traz também um dos vilões mais marcantes da história do cinema, o tenebroso Jaffar, interpretação magnífica de Conrad Veidt. O seu expressivo olhar maligno parece ser um efeito especial por si só.
Datado ou não, a verdade é que "O Ladrão de Bagdá" é uma obra atemporal e fundamental como poucas, exemplar clássico do gênero fantástico e que deve ser urgentemente visto, ou até mesmo revisto, por qualquer apreciador de cinema.
2 comentários:
O Technicolor não é tão glorioso se você é molestado por um gigolô vietnamita numa sessão de "O Mágico de Oz".
Quem de nós não foi molestado?
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