A trama de “Meia-Lua” (2006) parte de uma premissa interessante: um bando de músicos curdos decide aproveitar a recente “democratização” do Iraque e viajam ao país para uma apresentação. Ao longo do árduo caminho, procuram uma cantora, coisa difícil em uma cultura machista e conservadora como a muçulmana, e também esbarram em dificuldades burocráticas e em percalços típicos de um país ainda em guerra. Em meio a todos esses eventos dramáticos, o diretor Bahman Ghobadi insere elementos cômicos, além de toques exóticos referentes a música e costumes dos curdos. O resultado é palatável dentro daquele manjado esquema de filmes típicos de festivais: muita gente acha a produção simpática, considera válido o esforço de se fazer cinema fora dos grandes centros, mas ninguém realmente se entusiasma e tem vontade de ver de novo. Por mais que pelos parâmetros formais “Meia-Lua” seja uma produção correta, é fato também que o filme causa a impressão de estar preso dentro de uma fórmula já bastante gasta e desinteressante.
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