Na abertura de “Guerra ao Terror” (2008), a diretora Kathryn Bigelow trabalha com a ação cinematográfica da maneira mais esmiuçada: com o ritmo lento e valorizando a tensão psicológica, explora uma situação limite até chegar ao ápice da sequência da explosão de uma bomba. Nesse instante, Bigelow utiliza com precisão o recurso da câmera lenta, fazendo uma espécie de releitura/homenagem de um dos truques favoritos do mestre Sam Peckimpah. Essas cenas iniciais do filme nortearão o restante da obra, como se explicassem o suspense que está por vir.
Se nesses instantes da abertura Bigelow faz uma dissecação da ação, posteriormente ela fará com que as explosões sejam rápidas e brutais, experimentando com os limites do gênero dos filmes de guerra. O registro visual que faz da violência é ambíguo: em alguns momentos é naturalista e desglamorizado, em outros valoriza aspectos que beiram o épico e grandioso (principalmente pela extraordinária manipulação da trilha sonora). Além disso, a pretensão da cineasta na sua abordagem sobre a guerra no Iraque não é exatamente a de fazer um comentário político ou social sobre o conflito. Na realidade, sua abordagem tem uma linha mais intimista, no sentido que focaliza primordialmente a figura do Sargento James (Jeremy Renner) e a sua relação com uma realidade caótica. James vê a guerra quase como uma oportunidade de completude existencial, como se sua paz espiritual necessitasse do conflito bélico. Esse tipo de visão não chega a ser uma novidade (quem não lembra do Capitão Willard em “Apocalipse Now”?), mas Bigelow explora com louvor as possibilidades desse argumento.
Se nesses instantes da abertura Bigelow faz uma dissecação da ação, posteriormente ela fará com que as explosões sejam rápidas e brutais, experimentando com os limites do gênero dos filmes de guerra. O registro visual que faz da violência é ambíguo: em alguns momentos é naturalista e desglamorizado, em outros valoriza aspectos que beiram o épico e grandioso (principalmente pela extraordinária manipulação da trilha sonora). Além disso, a pretensão da cineasta na sua abordagem sobre a guerra no Iraque não é exatamente a de fazer um comentário político ou social sobre o conflito. Na realidade, sua abordagem tem uma linha mais intimista, no sentido que focaliza primordialmente a figura do Sargento James (Jeremy Renner) e a sua relação com uma realidade caótica. James vê a guerra quase como uma oportunidade de completude existencial, como se sua paz espiritual necessitasse do conflito bélico. Esse tipo de visão não chega a ser uma novidade (quem não lembra do Capitão Willard em “Apocalipse Now”?), mas Bigelow explora com louvor as possibilidades desse argumento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário