Depois de obras densas em termos dramáticos como “Contra Parede” (20040) e “Do Outro Lado” (2007), o diretor alemão Fatih Akin inverte as expectativas e parte para o gênero da comédia. O que poderia soar como uma espécie de concessão comercial, entretanto, revela-se um trabalho ainda mais audacioso do cineasta.
O roteiro de “Soul Kitchen” (2009) é quase pueril nas situações, conflitos e soluções apresentados, com direito, inclusive, a um final feliz romântico. Por trás dessa aparente leveza, todavia, Akin envenena o seu filme com doses generosas de sexo, drogas e rock and roll (e funk, soul, música étnica, reggae e o que mais der na veneta). E por falar em música, a trilha sonora de “Soul Kitchen” é, praticamente, um personagem à parte. O pique alucinado e sensual das canções que predominam durante todo o filme ditam o próprio ritmo narrativo da produção, em uma mágica combinação de sons e imagens, com destaque para as seqüências de festas e danças, registradas com o devido espírito apaixonado e hedonista. E reforçando o destaque sobre a trilha sonora, vale mencionar que se tem aqui a melhor seleção cancioneira cinematográfica apresentada desde “Jackie Brown” (1997).
Os experimentos estéticos de Akin em “Soul Kitchen” são inusitados e de resultados deslumbrantes. Nunca a câmera em seus filmes foi tão dinâmica, com enquadramentos que emulam as sensações físicas e emocionais dos personagens. O fato do protagonista Zino (Adam Bousdoukos) passar boa parte do tempo com um problema na coluna, por exemplo, faz com que se veja as cenas, em alguns momentos, sob uma perspectiva “torta”. O efeito é desconcertante. Akin também incorpora influências diversas, de comédia pastelão até blackexploitation (evidentes em exagerados closes nos rostos dos personagens), condensando essas diversas referências em uma obra de coerência formal impressionante.
Junto com os franceses “Inimigo Público nº 1 – Risco de Morte” e “Entre Os Muros da Escola” (ambos de 2008), “Soul Kitchen” representa uma tendência renovadora no atual cinema europeu em apresentar obras mais estimulantes em termos estéticos e temáticos, ao invés da simples reciclagem dos padrões do cinema de bom gosto.
O roteiro de “Soul Kitchen” (2009) é quase pueril nas situações, conflitos e soluções apresentados, com direito, inclusive, a um final feliz romântico. Por trás dessa aparente leveza, todavia, Akin envenena o seu filme com doses generosas de sexo, drogas e rock and roll (e funk, soul, música étnica, reggae e o que mais der na veneta). E por falar em música, a trilha sonora de “Soul Kitchen” é, praticamente, um personagem à parte. O pique alucinado e sensual das canções que predominam durante todo o filme ditam o próprio ritmo narrativo da produção, em uma mágica combinação de sons e imagens, com destaque para as seqüências de festas e danças, registradas com o devido espírito apaixonado e hedonista. E reforçando o destaque sobre a trilha sonora, vale mencionar que se tem aqui a melhor seleção cancioneira cinematográfica apresentada desde “Jackie Brown” (1997).
Os experimentos estéticos de Akin em “Soul Kitchen” são inusitados e de resultados deslumbrantes. Nunca a câmera em seus filmes foi tão dinâmica, com enquadramentos que emulam as sensações físicas e emocionais dos personagens. O fato do protagonista Zino (Adam Bousdoukos) passar boa parte do tempo com um problema na coluna, por exemplo, faz com que se veja as cenas, em alguns momentos, sob uma perspectiva “torta”. O efeito é desconcertante. Akin também incorpora influências diversas, de comédia pastelão até blackexploitation (evidentes em exagerados closes nos rostos dos personagens), condensando essas diversas referências em uma obra de coerência formal impressionante.
Junto com os franceses “Inimigo Público nº 1 – Risco de Morte” e “Entre Os Muros da Escola” (ambos de 2008), “Soul Kitchen” representa uma tendência renovadora no atual cinema europeu em apresentar obras mais estimulantes em termos estéticos e temáticos, ao invés da simples reciclagem dos padrões do cinema de bom gosto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário