Na filmografia de Paul Greengrass, pode-se obrar uma certa unidade no padrão estético de suas produções. O cineasta procura manter um estilo bastante influenciado pelo cinema documental, abusando de recursos como a imagem granulada, câmera tremida, dando aquela impressão de uma atribulada filmagem de um noticiário. Dentro desse padrão formal, Greengrass até atingiu bons momentos como em “Domingo Sangrento” (2002) e “Supremacia Bourne” (2004). Essa fórmula se mostrou desgastada no enfadonho “Vôo 93” (2006), uma reconstituição árida e sem inspiração do único dos atentados terroristas que deu errado no 11 de setembro de 2001. Em “Zona Verde” (2010), o diretor continua focando episódios inspirados na realidade – no presente caso, a ocupação norte-americana no Iraque. Mesmo não sendo tão aborrecido quanto “Vôo 93”, o filme mais recente de Greengrass revela o esgotamento criativo do diretor. A trama se concentra em uma previsível teoria conspiratória, e mesmo como filme de aventura “Zona Verde” é insatisfatório: é tudo tão rápido e tremido que se tem a impressão de nunca se estar assistindo ao que interessa nas tomadas em que a ação prevalece.
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