Mesmo não apresentando aquela linguagem cinematográfica mais ousada de obras como “Em Paris” (2006) e “Canções de Amor” (2007), Christophe Honoré volta a demonstrar inquietações criativas em “Não Minha Filha, Você Não Irá Dançar” (2009). A narrativa nessa produção mais recente pende para o linear, mas essa opção não implica necessariamente em acomodação. Há indícios de fragmentação no roteiro, indo de uma narração em off que beira o literário até flashbacks que irrompem sem o menor aviso. Diálogos e situações se sucedem de forma casual, dentro de um estilo que pressupõe um certo ar de improviso. Por fim, entretanto, tais opções estéticas se revelam não tão aleatórias, mostrando-se em sintonia com a trama do filme. A desagregação psíquica da protagonista Lena (Chiara Mastroiani) fica ainda pungente ao ser retratada pelas rigorosas e pouco óbvias escolhas formais de Honoré.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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