Confesso que as expectativas que eu tinha para “Rita Cadillac – A Lady do Povo” (2007) eram muito altas. Primeiro devido ao recente “Alô Alô Terezinha” (2009), ótima produção que biografava o apresentador Chacrinha e trazia Rita em uma marcante participação. E segundo pelo fato de que o diretor responsável seria o Toni Venturi, o mesmo do eficiente “Dia de Festa” (2006). O resultado, entretanto, é frustrante. O grande barato de “Alô Alô Terezinha” era sua abordagem sarcástica que não se intimidava em revelar as “bagacerias” que rondavam a figura do Velho Guerreiro e os bastidores dos seus programas, mantendo um espírito de irreverência e bandalheira tão caro ao seu protagonista. Já a produção de Venturi adota uma postura que beira o reverencial, tamanho o foco bem comportado no qual enquadra Cadillac. Privilegia-se em demasia os depoimentos recheados de lugares comuns da biografada. O filme ganha em dinâmica e vivacidade por algumas imagens de arquivos fascinantes, como os registros de apresentações de Cadillac na Serra Pelada ou no Carandiru e de cenas de algumas produções cinematográficas das quais ela participou, além de algumas colocações realmente relevantes por parte de gente como Hector Babenco. De resto, entretanto, prevalece um tom burocrático e de vídeo institucional.
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