Por mais apelativa e derivativa que pudesse ser, a franquia “Jogos Mortais” conseguiu se destacar em alguns episódios (principalmente no terceiro e quarto) por mostrar certo teor barroco na caracterização visual de algumas das brincadeiras violentas de Jigsaw e também por manter uma atmosfera sórdida e sombria em parte de determinadas passagens. Ainda que se revelasse um pouco de criatividade que seus criadores pudessem ter, entretanto, a verdade é que os filmes da série se tornaram cada vez mais repetitivos e burocráticos em termos criativos. “Jogos Mortais – O Final” (2010) parece sinalizar que tal constatação não passou despercebida pelos produtores, sendo que o capítulo final procura amarrar todas as pontas soltas e arrumar uma solução convincente como conclusão. O resultado, todavia, é frustrante por trazer um roteiro que fecha os principais conflitos de forma abrupta e forçada. A trama é tão pouco natural que se acaba ficando com a impressão que daqui alguns meses teremos mais uma continuação para dar seguimento à saga de mutilações. Mesmo as seqüências de armadilhas sangrentas já trazem muitos traços de requintes e elaborações como em outras da série. No final das contas, “Jogos Mortais – O Final” acaba soando mais como uma reciclagem preguiçosa de elementos de uma obra original que no seu princípio já retrabalhava com cara-de-pau elementos da obra-prima “Seven” (1995). E convenhamos: os tão comentados efeitos 3D estão entre os mais toscos e mal aproveitados desta onda recente de uso (e abuso) desse tipo de trucagem.
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