terça-feira, novembro 30, 2010

Jackass 3D, de Jeff Tremaine ***1/2


Assim como na série televisiva originária e nos dois longas que o precederam, “Jackass 3D” (2010) é um compêndio quase aleatório de esquetes envolvendo dublês em pegadinhas e cenas de perigo considerável que, geralmente, acabam com os rapazes machucados. É claro que tudo isso temperado com um grau de demência e escatologia que beira o surreal. Esta produção mais recente da franquia equaciona de forma ainda mais extrema o coeficiente delirante da trupe, contando ainda com um apuro técnico nas tomadas e montagem que evidencia com maior nitidez o grau de absurdo das “brincadeiras” dos caras. Há a utilização, por exemplo, de uma câmera chamada Phantom que ajuda a obter um efeito slow motion incrível, captando movimentos que parecem irreais (característica essa que é ampliada com o uso do 3D). Mas fundamentar o impacto sensorial que “Jackass 3D” tem sobre a platéia apenas pela sua tecnologia seria reducionismo. O ponto forte de empatia do filme está é na criatividade, disposição e loucura de seus protagonistas em se envolver em episódios marcados por brutalidade e humor absurdos, atualizando o espírito dos antigos freak shows de acordo com a ótica sarcástica e desencanada deste século.

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