O fato dos alienígenas invasores serem invisíveis em “A Hora da Escuridão” (2011) pode fazer pressupor que a intenção seria criar um suspense maior através do poder da sugestão. Lá pelo final do filme, quando por um detalhe da trama, fica-se sabendo qual seria a aparência dos ETs é que dá para sacar que o recurso mencionado inicialmente tem mais a função de esconder a falta de criatividade em termos visuais do filme. Diga-se, entretanto, que não representa um grande problema o roteiro da produção chupar várias referências de “A Guerra dos Mundos” (afinal, zilhões de filmes do gênero ficção científica já fizeram isso). O que faz “A Hora da Escuridão” naufragar é a total falta de imaginação na sua encenação. A sequência de abertura, por exemplo, que mostra os momentos pré-invasão chega a ser dolorosa de tão medíocre: parece algum vídeo de propaganda turística qualquer a retratar a noite de Moscou. O diretor Chris Gorak também fracassa na caracterização de seus personagens, figuras destituídas do poder de gerar alguma empatia pelos seus destinos (o que numa produção em que mais de metade do elenco morre seria fundamental), isso quando não se mostram como caricaturas sem vida (na visão de Gorak, todos os russos são figuras excêntricas e algo toscas). No mais, os efeitos de “A Hora da Escuridão” oscilam entre trucagens digitais manjadas e franca pobreza visual. E o pior disso tudo é que o final dá a entender uma possível continuação...
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