Confesso que o marketing de “Imortais” (2011) tinha me deixado com um pé atrás em relação ao filme. Afinal, a propaganda alardeava que era dos mesmos produtores do horroroso “300” (2006). Inicialmente, a concepção visual, bastante baseada em efeitos digitais, realmente traz algumas lembranças do filme de Zach Snyder. Com o desenvolvimento da narrativa, entretanto, pode-se perceber que “Imortais” apresenta decisivas diferenças. A principal delas são as sequências de ação: não apelando para as picaretas câmeras lentas de Snyder, o diretor Tarsem Singh obtém um eficiente resultado cênico que impressiona pela desenvoltura da porradaria, podendo-se até perceber uma certa influência dos quadrinhos na composição das cenas. A produção também acerta na atmosfera sombria e violenta que permeia a trama, sendo que a brutalidade gráfica e ambientação dark acabam até soando estranhas e desafiadoras diante da média das produções contemporâneas do gênero. No mais, o filme apresenta algumas irregularidades, principalmente na questão da interpretação do elenco (com tendências visíveis para a canastrice dramática), mas como saldo final se apresenta satisfatório no quesito diversão escapista. Faz até imaginar que “300” poderia ter sido um filme decente nas mãos de um cineasta mais competente.
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