Para aqueles cinéfilos que tem um apreço especial pelas produções da Boca do Lixo e também para aqueles que querem conhecer mais sobre a mitologia de tal meca da cinematografia brasileira, “O Galante Rei da Boca” (2003) é um prato cheio em termos de informações e causos sobre o assunto. Focando na história do produtor Antonio Polo Galante, um dos produtores mais ativos da Boca, os diretores Luís Rocha Melo e Alessandro Gamo fazem um interessante inventário de uma época em que o cinema nacional conseguia ser efetivamente popular, sem que com isso não perdesse o espaço para algumas ousadias artísticas. A vida de Galante e a trajetória do “movimento” Boca do Lixo são praticamente unidos em vários pontos – ao se expor a vida do biografado, pode-se entender a própria mítica da Boca: o seu nascimento, o mecanismo de funcionamento das suas produções, os principais diretores, suas contradições e ousadias. E tentar entender este pedaço particular de história também significa uma busca pela compreensão da evolução (ou para alguns regressão) do cinema brasileiro. É inevitável, e por isso fascinante, fazer uma comparação daquela época marcada por saudáveis ingenuidade e amadorismo no ato de fazer cinema no nosso país com os labirínticos e burocráticos métodos atuais.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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