O cineasta francês Robert Guédiguian retoma de forma
vigorosa a sua veia social-humanista em “As neves do Kilimanjaro” (2011), nos
moldes de outras produções memoráveis suas como “A cidade está tranqüila”
(2000) e “Marie-Jo e seus dois amores” (2002). Nessa obra mais recente, o viés
dramático é menos trágico, permitindo-se até eventuais momentos bem humorados.
Guédiguian mantém o seu registro objetivo e desglamorizado do quotidiano de
pessoas simples, ressaltando com sutileza a discreta grandeza de pequenos atos
do dia a dia de trabalhadores, desempregados, marginais e demais figuras do
povo. Assim como nos filmes anteriores destacados, o diretor consegue
estabelecer um equilíbrio entre a crítica social e o intimismo das relações
humanas de seus personagens. E por mais que “As neves do Kilimanjaro” adote uma
postura panfletária e um tom sentimental em sua narrativa, é inegável que tais
opções temáticas criam uma forte empatia com a plateia, credenciando Guédiguian
como um dos mais expressivos cineastas no gênero político ao lado do britânico
Ken Loach.
Um comentário:
Otima pedida e que merece uma conferida.
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