A herança indie de Marc Webb, diretor da comédia romântica
“500 dias com ela” (2009), fica evidente na sua visão para “O espetacular
Homem-Aranha” (2012). Isso porque é nítida a sua preocupação em dar um maior
estofo dramático para o filme, realçando mais as relações humanas. De certa,
não deixa de apresentar uma certa sintonia com o espírito original do
personagem nos quadrinhos, principalmente ao retratar aspectos do cotidiano e
comportamento de adolescentes (ainda que o Peter Parker de Andrew Garfield por
vezes mais evoca um adolescente rebelde do que um CDF tímido). Isso não
implica, contudo, em uma obra mais densa e memorável. Afinal, no universo do
Aranha, a ação também tem um papel primordial. Nesse campo, é evidente que Webb
não tem o mesmo senso virtuose e grandioso de Sam Raimi na encenação de sua
narrativa. As seqüências de ação são competentes, mas também não chegam a ser
surpreendentes ou memoráveis. A ênfase no “real” em retratar os dilemas dos personagens
acaba sacrificando bastante da fluência da narrativa, tornando o filme um tanto
artificial na sua pretensa “seriedade dramática” (aliás, essa pretensa seriedade é questionável por decisões como o fato de Parker revelar de forma inexplicável e cretina para Gwen Stacy que ele é o Aranha!). No cômputo geral da
comparação com a trilogia anterior da franquia, é difícil dizer se essa
primeira produção do reboot é melhor ou pior que a criticada e irregular
terceira parte dirigida por Raimi, mas com certeza é inferior aos dois
primeiros (principal em relação à segunda parte, uma das melhores transposições
de um gibi para o cinema).
Um comentário:
Não gostei muito dessa nova versão do Homem-Aranha. A versão do Sam Raimi já não era lá essas coisas, mas se compararmos as duas versões a primeira dá de 10 a Zero na nova.
http://cinemaeprasedivertir.blogspot.com.br/2012/07/tudo-que-voce-queria-saber-sobre-o.html
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