Apesar de se enquadrar no gênero drama de guerra, a produção
israelense “Beaufort” (2007) não se propõe a um registro épico-heróico ou a uma
defesa das atitudes bélicas dos judeus. Sua visão da guerra é mais intimista,
focando os dilemas dos militares envolvidos na defesa de um forte localizado no
Líbano. Contradições, escolhas equivocadas e questionamentos acabam se
revelando tão contundentes quanto a violência das batalhas. A abordagem formal
do diretor Joseph Cedar é sóbria, privilegiando tomadas sombrias, que parecem
refletir a própria condição existencial atormentada de oficiais e soldados. “Beaufort”
não chega a nenhuma conclusão nova sobre a sua temática e não é especialmente
memorável na sua estética rigorosa, mas é uma obra envolvente na sua pesada narrativa.
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