sexta-feira, julho 06, 2007

Doutor Jivago, de David Lean ***1/2


Acredito que a noção geral de “Doutor Jivago” ser considerado atualmente um clássico da história do cinema tem mais relação com o fato do filme ser uma referência para uma série de pessoas do que propriamente pelo fato questionável de tal produção ser efetivamente uma obra-prima. Tal filme tem um caráter fortemente emocional, residindo aí o seu apelo para boa parte do público que o admira incondicionalmente. Em termos formais, é claro que “Doutor Jivago” e competente, o que não chega a ser surpresa para uma obra da autoria de David Lean, um cineasta extremamente meticuloso. As belas paisagens que pululam por toda a metragem do filme são fotografadas em todo o seu esplendor. A eficiente edição faz com que a longa duração da obra não seja um fardo. Os exageros românticos do roteiro, a excessiva solenidade de alguns momentos e as interpretações afetadas de Omar Sharif (do início ao fim do filme o cara parece estar sempre prestes a se debulhar em lágrimas), Julie Christie e Geraldine Chaplin, entretanto, fazem com que “Doutor Jivago” caia em algumas oportunidades em lugares comuns e numa pomposidade artificial que tira um pouco o brilho e a fluência do filme.

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