Nos últimos anos, filmes tendo o gênero musical rap como tema principal das suas tramas se proliferaram pelas telas do mundo inteiro (podendo-se se destacar nessa leva o forte 8 Mile – Ruas das Ilusões, de Curtis Hanson). Mas o grande destaque nessa linha de filmes é sem dúvida O Ritmo de Um Sonho, contundente produção norte-americana que tem como protagonista o carismático gigolô e traficante Djay (Terrence Howard), um marginal que encontra no ato de compor e cantar uma possibilidade de dar uma reviravolta na sua vida. Não é de se esperar, entretanto, mais uma manjada produção no estilo “você pode superar tudo se quiser”. Na trajetória de Djay, não há soluções mágicas para os seus problemas e nem transformações radicais de personalidade. A dureza e sordidez de sua vida como meliante estão presas na sua própria personalidade e se refletem de forma magnífica na sua música. Além dessa visão lúcida e madura sobre a vida do seu protagonista, o cineasta Craig Bewer absorve e remodela com maestria influências da estética suja e dinâmica do blackexploitation, gênero típico dos anos 70 com produções baratas e divertidas que eram totalmente voltadas para o público black. Mas isso não tira o caráter universal de O Ritmo de Um Sonho, e o resultado acaba sendo um dos melhores filmes dos últimos anos e que acabou rendendo o Oscar de melhor canção para a memorável “It’s Hard Out Here For a Pimp” e uma indicação para o prêmio de melhor ator para Terrence Howard.
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