Ken Loach está mesmo em grande forma. Depois do desconcertante “Apenas Um Beijo”, o cara volta ainda mais inspirado com esse “Ventos da Liberdade”, obra que retrata os anos iniciais da formação do IRA, a organização política que luta pela independência política da Irlanda. É impressionante a naturalidade com que Loach consegue combinar no mesmo filme política, dramas pessoais e ação, obtendo um resultado dramático impressionante. E aquela velha prática de enquadrá-lo apenas no gênero cinema político, como se ele fosse um diretor apenas preocupado com a temática dos seus filmes, fica cada vez mais esvaziada quando se vê o impressionante domínio formal cinematográfico de Loach em “Ventos da Liberdade”. Poucas vezes os campos irlandeses foram tão belos, verdejantes e luminosos como nas imagens registradas no filme, o que acaba tendo um efeito até mesmo perturbador para o espectador no momento que se contrasta a placidez das paisagens com a trama sombria do filme. O diretor mostra também um admirável conhecimento de causa na elaboração de seqüências de ação: as cenas de conflito armado são antológicas pela tensão, violência e dinâmica com que são retratadas.
A injusta pecha de “diretor panfletário” que se costuma atribuir a Loach também se mostra equivocada ao se assistir a “Ventos da Liberdade”. O diretor não facilita a vida do espectador com simplificações ou maniqueísmos ao retratar a complicada questão política que é tema do filme. Para começar, muito do que é mostrado é visto sob uma ótima mais intimista, focando muito mais os relacionamentos humanos, principalmente entre os irmãos Damien (Cillian Murphy, em mais um desempenho extraordinário) e Teddy O’Donovan (Padraic Delaney), líderes do IRA, o que aumenta ainda mais o impacto do filme. Loach também evita transformar o seu filme em apenas mais uma narrativa de mocinhos e bandidos. Todas as complexidades e contradições inerentes ao conflito do IRA com os ingleses vem à tona, principalmente na segunda metade do filme quando há um racha entre os irlandeses que acaba culminando numa verdadeira guerra fratricida. Loach deixa claro que numa guerra, por mais justos que aparentemente possam ser os seus motivos, há escolhas e decisões que são irrevogáveis e que marcam os indivíduos para sempre. Isso fica evidente em duas tristes e belíssimas seqüências de “Ventos da Liberdade”: a primeira quando Damien é forçado a matar um velho amigo de infância e a outra no diálogo final entre os irmãos O’Donovan.
A injusta pecha de “diretor panfletário” que se costuma atribuir a Loach também se mostra equivocada ao se assistir a “Ventos da Liberdade”. O diretor não facilita a vida do espectador com simplificações ou maniqueísmos ao retratar a complicada questão política que é tema do filme. Para começar, muito do que é mostrado é visto sob uma ótima mais intimista, focando muito mais os relacionamentos humanos, principalmente entre os irmãos Damien (Cillian Murphy, em mais um desempenho extraordinário) e Teddy O’Donovan (Padraic Delaney), líderes do IRA, o que aumenta ainda mais o impacto do filme. Loach também evita transformar o seu filme em apenas mais uma narrativa de mocinhos e bandidos. Todas as complexidades e contradições inerentes ao conflito do IRA com os ingleses vem à tona, principalmente na segunda metade do filme quando há um racha entre os irlandeses que acaba culminando numa verdadeira guerra fratricida. Loach deixa claro que numa guerra, por mais justos que aparentemente possam ser os seus motivos, há escolhas e decisões que são irrevogáveis e que marcam os indivíduos para sempre. Isso fica evidente em duas tristes e belíssimas seqüências de “Ventos da Liberdade”: a primeira quando Damien é forçado a matar um velho amigo de infância e a outra no diálogo final entre os irmãos O’Donovan.
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