sexta-feira, agosto 27, 2010

Matador Implacável, de Luigi Cozzi ***1/2


A obra de estreia de Luigi Cozzi como diretor é também a sua produção de melhor acabamento formal. “Matador Implacável” (1975) traz diversos elementos do universo “giallo” em termos estéticos e temáticos, mas também tem uma trama que deve muito à Alfred Hitchcock (principalmente em relação aos filmes ingleses da fase final da carreira do velho mestre do suspense). Cozzi recorre a truques visuais eficientes, principalmente pela fotografia que obtém contrastes marcantes entre tons sombrios e uso criativo da luz, além de contar com uma edição de poucos cortes e talhe clássico. Apesar de “Matador Implacável” ter um tom de conto moral, há um interessante clima sórdido que permeia todo o filme, tanto pelos personagens de caráter duvidoso quanto pelas sequências que envolvem violência brutal e sem concessões e sexualidade exacerbada (com direito até a um detalhado estupro e expressivas cenas de nudez).

Mesmo não atingindo o mesmo requinte artístico dos melhores filmes de realizadores como Dario Argento, Mario Bava e outros que se aventuraram pelo “giallo”, “Matador Implacável” é uma obra de respeito dentro da cinematografia do gênero e mostra que Luigi Cozzi foi um diretor capaz de voos maiores, apesar de algumas tosquices que dirigiu posteriormente.

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