O documentário “Monster Camp” (2007) não apresenta maiores arroubos criativos em sua concepção formal. Mesmo assim, acaba sendo um programa curioso ao retratar o mundo de nerds fãs de RPG de fantasia que decidem transpor para um jogo “em carne e osso” todo o universo de fadas, elfos, trolls, magos e afins que tanto veneram. O diretor Cullen Hoback consegue retratar com certa sensibilidade não apenas a forma com que tais jogos se organizam, mas também o panorama humano do pessoal que se dispõe a participar dessas atividades excêntricas. Indiretamente, acaba mostrando na tela um lado deprimente e monótono de uma juventude desajustada e imatura que se afunda em um processo de auto-alienação. Se há momentos cômicos em “Monster Camp”, também há outras seqüências que chamam a atenção justamente ao mostrar uma realidade sem muitas perspectivas culturais para esses jovens. De certa forma, essa combinação entre o irônico e a seriedade é perturbadora e ajuda a captar com bastante fidelidade o espírito de uma época.
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