Em um primeiro momento, “O Golpista do Ano” (2009) chega a ser uma produção surpreendente pelo fato de propor uma abordagem sem concessões da questão do homossexualismo, ainda mais por se tratar de uma produção que traz como protagonistas nomes de grande prestígio comercial como Jim Carrey e Ewan McGregor. Ambos, inclusive, desempenham sem aparentes constrangimentos cenas explícitas de amor gay. Tirando esse aspecto comportamental, entretanto, “O Golpista do Ano” acaba se mostrando frustrante por não conseguir delimitar com precisão as fronteiras do drama e do humor. Situações que precisariam de uma visão mais profunda pelos aspectos complexos e insólitos que levantam acabam recebendo um tratamento excessivamente superficial. A narrativa convencional dos realizadores Glen Ficarra e John Requa também acentua esse sensação de uma obra rasa. E se Jim Carrey já havia demonstrado um considerável talento em papéis mais dramáticos em filmes como “O Mundo de Andy” (1999) e “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança” (2004), em “O Golpista do Ano” ele acaba comprometendo algumas cenas por apostar em um tom caricatural. No meio desses equívocos, acaba se destacando positivamente Ewan McGregor por apresentar um interessante equilíbrio dramático ao interpretar um gay frágil de forma discreta e sem cair em afetações.
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