Com “Se Beber Não Case” (2009), Todd Philips entrou de vez no primeiro time dos melhores diretores norte-americanos de comédias da atualidade. Sua obra mais recente, “Um Parto de Viagem” (2010), não tem o mesmo grau de comicidade insana de “Se Beber...”. Mesmo assim, entretanto, consegue ter alguns momentos memoráveis. Em comparação com sua produção anterior, Philips optou por uma trama mais serena e menos rocambolesca, apostando muito mais num certo contraste entre o humor sutil e contido de Robert Downey Jr. e o tom histriônico excessivo de Zach Galifianakis, relembrando de certa forma o “duelo” entre Steve Martin e John Candy no clássico oitentista “Antes Só do Que Mal Acompanhado”. Num contexto geral, “Um Parto de Viagem” obedece a uma lógica mais moralizante, estilo “lição de vida edificante”, conseguindo atingir um brilho criativo acima média em sequências que utiliza de uma comicidade politicamente incorreta, com destaque para as cenas em que o personagem de Downey Jr. bate em um moleque mal-criado como se fosse um adulto (chegando a ameaçá-lo de morte, inclusive!!) ou quando leva uma surra de um deficiente físico (ponta hilária de Danny McBride) após tirar um sarro de veteranos da guerra do Golfo.
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