O mais recente capítulo de “As Crônicas de Nárnia” representa um feito raro e notável no atual panorama cinematográfico no sentido de que deixa evidente que a cada filme da franquia há uma evidente evolução em termos artísticos. “A Viagem do Peregrino da Alvorada” (2010) traz elementos essenciais para uma obra de aventura: uma trama bem delineada com situações que levam ao desenrolar coerente de uma história, sem aquelas enrolações de fatos que parecem sempre preparativos para algo que está preste a ocorrer (mas que não se efetiva); concepção visual que oscila habilmente entre a simplicidade e a sofisticação, graças a um uso parcimonioso e eficiente de efeitos especiais; sequências de ação em que se consegue distinguir o que está acontecendo nas cenas. O veterano cineasta Michael Apted pode não ser especialmente criativo, mas sabe valorizar com competência as possibilidades formais oferecidas por um roteiro repleto de ação e sem muitos pontos mortos, não precisando apelar para aquelas ambientações pseudo-sombrias que apenas mascaram equívocos estéticos, como ocorreu recentemente nos frustrantes “Alice no País das Maravilhas” (de Tim Burton) e “Harry Potter e as Relíquias da Morte”.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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