segunda-feira, janeiro 10, 2011

Machete, de Robert Rodriguez *1/2


Em “Planeta Terror” (2007), sua contribuição no projeto “Grindhouse”, o cineasta Robert Rodriguez conseguia fazer sua homenagem ao gênero exploitation usando uma série de recursos estéticos, sem abdicar, contudo, de oferecer uma narrativa cinematográfica que conquistava pela tensão e pela ambientação ironicamente sórdida. Espécie de continuação dessa viagem conceitual de Rodriguez, “Machete” (2010) acaba se revelando uma produção bem inferior ao seu predecessor. Talvez o grande equívoco do diretor no filme esteja no fato de que a sua emulação de uma forma de filmar na linha exploitation tenha resultado num filme mal dirigido de forma proposital. Ou seja, um trash consentido (o que por si só já é um grande contra-senso). Assim, tem-se uma montagem que parece ter sido feita com um facão, além de sequências de ação encenadas e editadas em um nível que beira o amador, o que é decepcionante quando se sabe que Rodriguez já se mostrou em outras oportunidades (“El Mariachi”, “A Balada do Pistoleiro”, “Sin City”) um diretor com boa mão para o gênero de aventura. É claro que há idiossincrasias que geram algum interesse para os cinéfilos em geral, como a violência cartunesca, a escalação do “feio, sujo e malvado” Danny Trejo como protagonista (e consequente herói e galã) e um elenco mais que esquisito formado por medalhões (Robert De Niro), canastrões decadentes (Don Johnson, Steve Segal, Jeff Fahey), beldades hollywoodianas (Jessica Alba, Lindsay Lohan) e tipos esquisitos/cult (Tom Savini, Cheech Marin). No final das contas, entretanto, isso acaba refletindo a verdadeira natureza de “Machete”: idéias bem sacadas, mas muito mal desenvolvidas e executadas que geram uma obra enfadonha.

2 comentários:

Davi OP disse...

"Canastrões decadentes (Don Johnson, Steve Segal, Jeff Fahey)"

Ofensa ao Don Johnson até aceito, mais por ignorância do que por desprezo ao ator, mas Seagal, apesar de canastrão, é um cara que fez filmes muito bons e ainda produz um cinema de ação barato, com pontos de interesse e raramente alguns acidentes cinematográficos de boa qualidade. Nada que chegue ao nível de "Fúria Mortal", sob a direção do John Flynn (seu grande filme, na minha opinião).

Jeff Fahey é um grande ator. Ele só não tem uma carreira mais forte por péssimas escolhas cinematográficas. O problema são suas escolhas, não as atuações.

Vale levar em conta que Fahey e Seagal são os pontos mais fortes do filme do Rodriguez.

Davi OP disse...

http://www.youtube.com/watch?v=9KT5Hlzg-0A

Como se fazer um título aparecer!