Por mais inusitado que seja o seu tema (o romance de uma lésbica com um travesti), “Elvis & Madonna” (2010) acaba padecendo de anemia criativa. Fotografia e edição são tão poucos imaginativos que fazem o filme mais parecer um grande episódio televisivo, além do roteiro recorrer constantemente a clichês cômicos que tornam a obra um tanto rasteira, diante das possibilidades que a sua história poderia trazer. O que poderia ter rendido uma viagem profunda sobre os preconceitos e convenções envolvendo a sexualidade humana acaba se convertendo em uma espécie de parábola moral edificante. A grande sustentação dramática da produção fica nas interpretações de Simone Spoladore e Igon Cotrim nos respectivos papéis de seus protagonistas, em atuações que conseguem alternar de forma convincente sutileza e arroubos emocionais.
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