quinta-feira, outubro 06, 2011

Um Conto Chinês, de Sebastián Borenztein **1/2



Parece que virou rotina que pelo menos uma vez ao ano apareça uma produção argentina que se torne uma espécie de fenômeno cult de público e crítica. Na grande maioria das oportunidades, entretanto, trata-se de alguma obra mediana de concepção formal apenas correta e temática com elementos novelescos (e nisso pode-se incluir até mesmo o oscarizado “O Segredo dos Seus Olhos”). Ah, e quase invariavelmente tais filmes trazem como protagonista o Ricardo Darin. Bem, tudo isso para dizer que “Um Conto Chinês” (2011), o argentino da vez, não foge à regra. A presença de chineses na trama até dar um certo ar exótico, mas na essência se trata de mais do mesmo. O roteiro é um primor de formulismo: Roberto, sujeito turrão e solitário (mas no fundo boa gente), acaba acolhendo um chinês em sua casa e é obrigado a rever os seus conceitos de vida, dando até uma chance para uma solteirona que o ama. O diretor Sebastián Borenztein conduz a sua narrativa sem maiores esboços de ousadia, com a possível exceção da sequência de abertura, que traz um certo toque de realismo fantástico. No final das contas, o que dá peso para “Um Conto Chinês” são alguns momentos efetivamente engraçados e a interpretação consistente de Darin, que oferece dignidade e carisma ao seu personagem. E querer ver mais que isso no filme é forçar a barra.

Um comentário:

Leonardo Saldanha disse...

Mas... Um cara solitário u turrão pode ser boa gente, André! Saudades, Leonardo.