É inegável que a comédia “Professora Sem Classe” (2011) tem a capacidade de surpreender em alguns momentos no seu misto de vulgaridade, escatologia, politicamente incorreto e ironia aos costumes da classe média norte-americana, principalmente pela visão franca do roteiro ao expor sem maiores concessões questões complexas como preconceito, bullying e arrivismo social. O diretor Jake Kasdan consegue construir uma interessante atmosfera de sordidez e sarcasmo que permeia boa parte da produção. Cameron Diaz também surpreende na sua caracterização abertamente vulgar, beirando a escrotidão, da protagonista Elisabeth Halsey. A produção patina, entretanto, quando aos poucos vai se convertendo numa espécie parábola moral, o que parece não casar muito com a própria ambientação elaborada por Kasdan. Na realidade, o confronto entre o tom crítico de comédia negra e a necessidade do final feliz edificante acaba trazendo um beco sem saída criativo para “Professora Sem Classe”.
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