sexta-feira, outubro 21, 2011

Sem Saída, de John Singleton **1/2



Quando surgiu com “Os Donos da Rua” (1991), John Singleton foi visto até como um cineasta com um certo toque autoral, pertencendo a um movimento de diretores afro-americanos, encabeçado por Spike Lee, destinado a expor uma temática relacionada às dificuldades do povo black nos Estados Unidos, além de um possível estilo “negro” de filmar (de certa forma, uma espécie de continuação da forte herança blackexploitation dos anos 70). Se no decorrer dos anos, Spike Lee se consolidou como uma das principais forças criativas do cinema norte-americano, por outro lado Singleton se afastou daquela idéia inicial e se tornou um competente artesão no gênero ação a trabalhar para os grandes estúdios. “Sem Saída” (2011), sua obra mais recente, é um exemplar emblemático da sua atual condição. O filme está longe de ser um clássico no gênero em questão, mas tem os seus momentos – a encenação da porradaria e das perseguições é bem convincente (distante das medíocres invencionices da escola Zack Snyder de filmar) e Singleton consegue extrair tensão a partir de um roteiro repleto de clichês. No final das contas, mesmo dentro desse formato sem ousadia, o diretor merece crédito por conseguir fazer tudo isso tendo um verdadeiro peso morto inexpressivo no papel principal

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